blue moon

Para refrescar a vista e a mente numa altura em que as nêsperas já caem de tão maduras quase já podres numa das ruas onde passo e paradoxalmente o sol vai e vem tornando imprevisível qualquer projecto bem urdido para trabalhar o bronze a solo ou em turba num qualquer sábado à tarde e na sincronia do paradoxo chuviscos atabalhoados entrecruzam-se na toalha que se insiste em estender na praia mais à mão insistimos também em navegar à bolina aproveitando a sombra da vela maior que nos levará ao porto bom mesmo que marés adversas e brisas contrárias nos queiram empurrar contra rochedos icebergs inesperados ou tormentas não anunciadas em qualquer boletim meteorológico nos lagos cálidos de alguns olhares sobressaltados procuramos aquela amarra que nos salve na eminência pouco provável de qualquer naufrágio e como náufragos à deriva em terra firme e seca pedimos em prece em honra da segunda lua cheia deste mês de trinta e um e por isso designada pelos místicos como azul que satisfaça nossos mais ousados e secretos desejos desde que algum traje azul enverguemos neste dia apenas um senão para os daltónicos que à falta de cromaticamente bem enchergar deverão perguntar se aquele castanho quiçá laranja azul será sem desânimos pois o verão com chuva ou não não tardará e valores mais e mais altos nos irão até Setembro sendo pedidos de mistura com um ou outro jantarito ou lanche mais fresco e depois... depois logo se verá!!!