Gostaria de começar pelo princípio, mas isso levaria muito tempo... de qualquer modo, parece que no princípio era mesmo o verbo... e a Eva, um pouco mais arguta (talvez por ter sido feita mais tarde...), deu a maçã ao Adão, ele um bocadito mais bronco (talvez por ter sido o primeiro...), olhou para a maçã, gostou da cor, aspergiu o aroma intenso do fruto (sem hormonas de crescimento, nem transgénicos... era o Paraíso...completamente biológico, lembram-se???) e sentiu-se compelido a dar a dentada fatídica... passou ao acto e... algum tempo depois... nasceu um menino. Com a continuação do Res non Verba, que é como quem diz, actos e não palavras, voltou a nascer outro menino. Antes, durante ou depois, não se sabe muito bem se nasceram meninas... adiante. Ainda no jardim do Eden, não se sabe se antes da referida dentadita no interdito pomo da árvore do conhecimento, Adão olhou para baixo e viu uma coisa pendurada entre as suas pernas, reparou que fazia parte do seu corpo e tocou-lhe, sentiu um formigueiro agradável e, porque sentiu que era bom, louvou o Senhor várias vezes. Eva sentindo tanto alvoroço do outro lado dos arbustos, veio ver o que era... Quis juntar-se à alegria do companheiro, olhou para baixo, mas nada viu para além da parra... ficou um bocadinho triste. Teve um insight e partilhou a brincadeira de Adão... Viram que era bom e louvaram o Senhor... depois... enfim, depois vieram Darwin, o combóio a vapor, a Revolução Industrial, a mini-saia, Woodstock, o psicadelismo, a popart, os hiperpluritranssexualismos, homens que querem ser homens, mulheres que querem ser mulheres, homens que querem ser elas, elas que querem ser eles, elas que querem ser como eles, eles que querem ser como elas... eles e elas, desejavelmente cada vez mais iguais, em direitos, oportunidades, na simples divisão de tarefas, mesmo em simples lares de simples homens e mulheres, eventualmente, simplesmente heterossexuais,(sem qualquer desprimor para lares simplesmente homossexuais), na longínqua e periférica Verba non Res dialeticamente reformulada... quiçá numa sociedade pós-pós-pós modernoestruturaliberalista, por ruptura, necessariamente mais fraternal, mais igualitária, mais libertária...
Ah! quão gratificante comer, ainda, a rubra cereja no cimo do bolo do desejo que um dia me ofertes, sabendo que estou ali... apenas! tão livre, tão fraterno e tão igual a ti...
7 comentários:
:)
Tanta.. generosidade, nesta escrita! :)
Cristina,
tento ser o mais generoso possível e, não apenas na escrita, longe de qualquer perfeição... aliás, ninguém é perfeito... e quem é que quer ser ninguém? :-))) e eu, para o mal e para o bem sou branco-europeu (apesar das mestiçagens que a história reconhece)... não está nos meus horizontes submeter-me a uma sobrepigmentação; sou psicossociobioculturalmente homem, não tenho previsão de nenhuma alteração de monta a esse nível, sou heterossexual diria, quase que por definição, pois não consigo imaginar deixar de me deixar perturbar por tudo o que uma mulher representa para mim,nomeadamente, no plano mental, no plano emocional, no plano físico... fazendo, inequivocamente, vibrar todas as cordas dos meus sentidos... e, no entanto, sentir-me e procurar ser mais "humano" não me faz, com toda a certeza, sentir menos "homem"... :-)))))Estarei equivocado???????
Hum.. tens desmaiado na presença de alguém, em particular? ;)
Agora mudando o tema.. já foste ver a programação da Festa no Chiado? Ninguém me liga..
hum.. ninguém não é bem assim, tenho de corrigir! A Paula está em todas :)
XeliKes???????? kelixes...
cheliques... uivam os lobos no quintal... ah uuuuuuuuuiiiiiiiiiiiii... há quanto tempo... responde... entre o gozo e a nostalgia, não metas a colher... que é como quem diz, não faças análise psi ou outra, quem sabe se sem aquele nem outro, debaixo de calhau que topes na rua ou na estrada, onde passa tanta gente, não encontras o objecto do desegostoooo... e pimba, desfaleces... :-)))))
Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.
- Daniel
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